martes, 4 de agosto de 2015

AS LAGARTIXAS DE PESEGUEIRO

Ana, ¿que fas?.
Vou pechar as xanelas que non quero atoparme de noite cunha lagartixa na cama

Unha pequena aclaración: 
Ana, é a miña sogra, cando cheguei á súa casa estaba a pechar as xanelas da vivenda  e as lagartijas estaban a tomar o sol alegremente nas paredes de pedra.






A lagartixa ao sol ardente vive
E fazendo verão o corpo espicha:
O clarão de teus olhos me dá vida,
Tu és o sol e eu sou a lagartixa.

Amo-te como o vinho e como o sono,
Tu és meu copo e amoroso leito...
Mas teu néctar de amor jamais se esgota,
Travesseiro não há como teu peito.


Posso agora viver: para coroas
Não preciso no prado colher flores;
Engrinaldo melhor a minha fronte
Nas rosas mais gentis de teus amores

Vale todo um harém a minha bela,
Em fazer-me ditoso ela capricha...
Vivo ao sol de seus olhos namorados,
Como ao sol de verão a lagartixa.
                                      Álvares de Azevedo 



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